sábado, 15 de agosto de 2009

Existir


Encontrei na solidão a minha paz, meu refugio, meu equilíbrio
e no silêncio a minha voz, a voz do meu coração...


Foi em uma viagem por um mundo distante que encontrei o que tão desesperadamente procurava. Encontrei uma criatura que, até então, me era um estranho quase que por completo. Falava de coisas que eu nunca tinha ouvido falar e sabia mais sobre minha vida do que mesmo eu. Pareceu-me interessante, então decidi tentar fazer amizade com esse ser. Fui me aproximando aos poucos e, aos poucos, também foi se aproximando. O início foi meio conflituoso. Pois parecia saber demasiadamente sobre mim. Sabia coisas que nunca havia comentado com ninguém e alguns detalhes muitas vezes constrangedores. Isso me fazia ficar na defensiva. Mas depois aceitei melhor. Fazia-me enxergar tudo o que eu precisava ver, não importando se bom ou ruim, sobre mim e sobre as outras pessoas. Às vezes suas palavras doíam, outras eram o único lugar onde eu encontrava conforto. Encontrava-mo-nos sempre à noite, no astral. O tempo parecia não existir nesses encontros. Ensinou-me coisas muito importantes. Aprendi sobre a vida e sobre as criaturas que dela fazem parte e aprendi, também, a ouvir o meu coração. Meu coração me mostrou que é muito sábio e que carrega a experiência de muitas vidas. Em outros encontros o ser me mostrou a lição do silêncio. Aprendi a ouvi-lo e a falar por ele. Ficava tão entusiasmado com os encontros que a vontade de estar junto fez com que nos comunicássemos até quando desperto. Sentia sua presença cada vez mais perto e cada vez mais junto de mim. Tornamo-nos inseparáveis. Cada decisão, cada novo trecho de caminho era tomado por nós dois. Sofria menos quando fazíamos as escolhas juntos, em concordância. Isso me revigorava na jornada. Deixava-me mais feliz. Hoje temos um bom relacionamento. Raramente brigamos, mas isso às vezes acontece por teimosia minha, ou quando tento lhe enganar de alguma forma.

Foi quando me distanciei do mundo que me encontrei comigo mesmo, absolutamente, no canto onde eu mais temia procurar: dentro de mim.

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