quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Belo é viver...




Tão belo é viver... Poder acordar de manhã cedo e caminhar na grama molhada da chuva que passou. Poder abrir os braços de olhos fechados e abraçar toda luz e todo calor que em benção vem do sol. Poder dançar a música do mundo, a música da vida que despertou mais uma vez esta manhã. Poder abrir os olhos e ver... Ver que o universo é belo e que ele está vivo, pulsando vida e amor. Poder para ele gritar “Obrigado!” e vida e amor receber em resposta! Poder tornar-me um abraço ao abraçar e um sorriso ao sorrir. Poder ser cada momento, estar em tudo, estar em todo... Poder estar triste e chorar ou estar feliz e chorar também. Poder amar em segredo, ou mostrar para toda vida que me tornei o amar. Poder olhar o sol se pôr e mergulhar na noite que também é vida e lá encontrar nas estrelas olhos ternos de afeto. Sentir medo da vida e ainda assim ter coragem de viver... Ter coragem de acordar de manhã e abrir os olhos mais uma vez para o desconhecido. Como é belo viver...

sábado, 2 de janeiro de 2010



Perco-me no tempo aos olhos fechar. Transporto-me para um lugar onde meu sorriso com o teu se completa e nada mais precisa ser dito, pois toda a verdade é vista no intimo dos nossos olhos, quando olhamos um para o outro e falamos em pensamento as únicas palavras que ainda fazem algum sentido serem ditas: eu te amo.


E por amor desconstruímos nossa realidade e, nele, recriamos nossas certezas. Em um desafio cósmico, de mãos dadas seguimos para além das eras, além dos mundos, além do físico, do efêmero, em direção a um espaço infinito, completo, eterno, onde caminhamos juntos, unidos, unificados como um único existir, de uma única vontade: o amor.


Uma trindade velada, que aberta aos olhos se coloca no peito daquele que busca em honestidade o adorno que a cabeça magna torna. Perene em amor, esse caminho que nos torna o que é; o que está em tudo que é. E em paz vivemos a perfeição de um segundo na eternidade, encerrados dentro dos olhos um do outro, com um sorriso nos lábios e amor em cada parte do nosso ser.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Águia da Noite


.
.
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Mostra-me do alto dos ventos da eternidade
O que nas sombras da vida e da morte se esconde
Mostra-me do teu seio a verdade dos mundos e a loucura dos homens
Mostra-me o que eu preciso ver
Mesmo que eu não o queira
Faz-te verdade para mim
Faz-me verdadeiro para ti
Faz-nos, eu e tu, uno em universo, em universal
Em verdade
Em silêncio
.
.
.

sábado, 10 de outubro de 2009

Profecia



Que verdes sejam os campos e que, em vento, movimentem-se tua vida e tua verdade
Que livres sejam tuas manhãs e infinitos os teus céus
Brilhe em vida, brilhe também em morte
Faz-te perfeição humana
Divina...
Verdade aqui e além do tempo, esse é o meu decreto
Simbólica será tua vida, dolorosa a tua existência,
Mas o amor, esta será tua eterna recompensa
Viva, sozinho, mas viva
E a eternidade a ti pertencerá
Ame sem medo e amado assim, também, o será
O teu amor é teu e, por ser teu, é universo
Em ti e em tudo, teu e da tua verdade
Faz viver e faz feliz e assim a verdade o fará verdadeiro
Faz viver, faz amar, faz com que o seja
E assim será

sábado, 15 de agosto de 2009

Existir


Encontrei na solidão a minha paz, meu refugio, meu equilíbrio
e no silêncio a minha voz, a voz do meu coração...


Foi em uma viagem por um mundo distante que encontrei o que tão desesperadamente procurava. Encontrei uma criatura que, até então, me era um estranho quase que por completo. Falava de coisas que eu nunca tinha ouvido falar e sabia mais sobre minha vida do que mesmo eu. Pareceu-me interessante, então decidi tentar fazer amizade com esse ser. Fui me aproximando aos poucos e, aos poucos, também foi se aproximando. O início foi meio conflituoso. Pois parecia saber demasiadamente sobre mim. Sabia coisas que nunca havia comentado com ninguém e alguns detalhes muitas vezes constrangedores. Isso me fazia ficar na defensiva. Mas depois aceitei melhor. Fazia-me enxergar tudo o que eu precisava ver, não importando se bom ou ruim, sobre mim e sobre as outras pessoas. Às vezes suas palavras doíam, outras eram o único lugar onde eu encontrava conforto. Encontrava-mo-nos sempre à noite, no astral. O tempo parecia não existir nesses encontros. Ensinou-me coisas muito importantes. Aprendi sobre a vida e sobre as criaturas que dela fazem parte e aprendi, também, a ouvir o meu coração. Meu coração me mostrou que é muito sábio e que carrega a experiência de muitas vidas. Em outros encontros o ser me mostrou a lição do silêncio. Aprendi a ouvi-lo e a falar por ele. Ficava tão entusiasmado com os encontros que a vontade de estar junto fez com que nos comunicássemos até quando desperto. Sentia sua presença cada vez mais perto e cada vez mais junto de mim. Tornamo-nos inseparáveis. Cada decisão, cada novo trecho de caminho era tomado por nós dois. Sofria menos quando fazíamos as escolhas juntos, em concordância. Isso me revigorava na jornada. Deixava-me mais feliz. Hoje temos um bom relacionamento. Raramente brigamos, mas isso às vezes acontece por teimosia minha, ou quando tento lhe enganar de alguma forma.

Foi quando me distanciei do mundo que me encontrei comigo mesmo, absolutamente, no canto onde eu mais temia procurar: dentro de mim.

- V -




Olhando através do vidro da janela
A vida passa correndo no ar
Eu, preso num labirinto de pensamentos
Preso como em uma armadilha,
uma teia de aranha
Onde quanto mais luto,
quanto mais me debato,
mais preso fico
Quantas vidas já vivi nos últimos anos...
Várias foram
Muito tempo, tempo algum, o tempo passa
As coisas mudam, a gente fica, a gente muda
Sorrisos de palavras sinceras e olhos nos olhos
Não dizem nada, agora não mais
A chuva cai dos meus olhos,
mas o sol brilha lá fora
É segredo que não se conta nem para si
São palavras impronunciáveis
Um coração que bate em um peito que sangra
E, olhando através do vidro,
a vida passa correndo...

- IV -


Dancem a música da vida, criaturas do ar
Dancem no balé de chamas
Sintam o ritmo da terra
Sintam o ritmo do seio da terra
Sintam o gosto da benção da terra mãe...
Bebam do seu liquido de vida
Bebam do seu sopro condensado
Sejam a vida
Sejam o fogo, o ar, a terra e a água
Sejam, apenas...
Encantem com o brilho
Encantem sob a benção da mãe lua
Façam viver a magia
Façam viver o milagre da vida
Façam viver, façam viver...
Dancem por entre as árvores, filhas da Lua
Dancem em volta da fogueira, crianças da noite
Brinquem livres no reino da tua mãe

Quando eu percebi que não existo, apenas sou


Certo dia acordei percebendo as coisas de uma forma diferente. As criaturas, todas elas, pareciam uma coisa só. Vi uma formiga que era uma árvore, um gato e um rinoceronte, vi um peixe que voava em forma de pássaro, que chovia como uma grande nuvem carregada e que brilhava como o ouro. Vi também uma velha senhora arbusto-pomar, que punha todas as frutas ao mesmo tempo, em um único galho e que era uma semente e um grão de areia. Vi um espelho que mostrava um reflexo e o nada, depois o nada e o tudo ao mesmo tempo e depois não era mais um espelho. Senti um aroma doce como açúcar e tão macio quanto o verde de uma folha. Vi uma fogueira que ardia em chamas, em paixão e vontade, dentro de um imenso lago de olhos azuis. Vi um sorriso de lagrimas de felicidade e amor em uma voz de silencio e carinho, como um toque de leve com a pontas dos dedos. Vi também uma bailarina que dançava sem tocar o chão, girando no ar, na poeira levada pelo vento. Vi uma pedra sábia, em eterna contemplação e comunhão com o todo, pendurada em um colar, como um pingente, em um loja de tesouros sem valor algum. Vi a mim mesmo e vi a mim em tudo que via, e via o nada e o tudo. Depois vi que eu era tudo isso e que tudo eram também. E tudo era tudo e nada era tudo e tudo era nada. Vi que não existo e que sou sem existir tudo e nada que sou e não sou. Tudo é uma coisa só...

domingo, 12 de julho de 2009

- III -

Admiro a verdade com que agem os tolos e os fanáticos, mesmo que a verdade seja apenas para eles. Eles estão sempre em perfeita convicção sobre tudo que fazem. Estão sempre seguros de si. Apesar da infelicidade que sombreia todas as suas ações, por serem ações vazias.
Queria conseguir, com a mesma verdade, agir sobre as coisas as quais preencho com sentimento e significado, mas, diferente disso, envolvem-me duvidas e incertezas.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

- II -



Quem me dera que o canto dos pássaros pudesse ser ouvido apesar do barulho das serras elétricas...



domingo, 28 de junho de 2009

- I -


Lembre-se, oh nobre aprendiz, antes que o silêncio lhe sobre aos ouvidos: viva de forma a morrer e ainda assim continuar existindo
!

terça-feira, 23 de junho de 2009

É...


Estou apaixonado por um sorriso sem rosto...
Como isso é possível? Geralmente sorrisos têm rostos.
Não que todo rosto tenha que ter um sorriso, mas todo sorriso precisa de um rosto pra existir.
Esse é um sorriso especial. Ele deixa dobrinhas em volta do nariz da pessoa que o ri e mostra a maior verdade que um dia eu poderia descobrir: que com e por você tudo valeria a pena.
Mas como falei esse sorriso ainda não tem um rosto.
Ou talvez tenha. É isso! Ele tem um rosto!
Talvez o tenha visto de passagem em algum lugar, andando, ou talvez ele esteja bem perto de mim.
Talvez ele seja meu próprio sorriso, que anda um pouco escondido esses dias.
Não... Ele não é meu, a paixão não se dá dessa forma.
Eu o vi em outra pessoa, tenho certeza.
Mas quem é essa outra pessoa? Será que não estou inventando isso?
Vai ver isso é só o meu desejo fantasiando alguma coisa (de novo). Não sei...
Mas estou apaixonado por um sorriso sem rosto e os apaixonados não desistem fácil
(ou pelo menos era assim que deveria ser).
Então vou continuar procurando e esperando.
Um dia esse sorriso irá sorrir novamente para mim e, tenho certeza, será como se fosse a primeira vez.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Salve um brilho no olhar!


Salve um brilho no olhar!

Não o deixe se perder no sombrio mundo da indiferença

Sorria para ele

Mergulhe na plenitude, na amplitude sem fim

Mergulhe na alma

Entenda o desespero de um brilho especial

Um brilho de uma alma transportado por um portal mágico chamado olhar

Condenado ao esquecimento

Pelas criaturas que não o reconhecem mais, sequer o olham mais

Um brilho solitário

Buscando um brilho oposto

Que o choque em igualdade

E, com brandura, o faça esquecer-se do vazio

E preencha-o com motivo para não mais brilhar apenas por brilhar

Quero para mim...


Quero para mim
Algo que de ninguém será em falta
Que a tudo contenha em si
E que, mesmo assim, não seja nada
Divino em essência, profano em aspecto
Que seja perfeito, por ser humano em natureza
Algo que seja completo

Quero para mim
Uma existência singular
Uma com dúvidas e certezas
Falsas ou verdadeiras
Não importa
Diferente da de todas as outras
Assim como são todas as existências

Quero para mim
Um mundo só meu
Montado da minha experiência
Construído à minha forma
Dentro da minha consciência

Quero para mim
Uma vida só minha
Mas que todos, dela, façam parte
Quero um sorriso congelado na memória
Uma vida que vá para a história
História de todos que, dela, se fizeram parte

Quero para mim
Uma música nova para cantar a cada instante
Uma nova novidade
Uma palavra nova, um rosto novo
Um novo significado, com simbolismo impregnado
De tudo que for verdade

Quero para mim
Um Eu, um Você, um Nós
Em uma igualdade perfeita
Igualdade em diferença
Tão relativa quanto variante
Fixa e inconstante
Perfeitamente imperfeita

Quero para mim
Um rosto sem máscaras
Com sorrisos sinceros
E lágrimas verdadeiras
Com palavras no olhar
Com silêncio nos silêncios
Dispensando até mesmo o falar

Quero para mim
Uma voz que diga o que eu penso
Na altura oposta à do meu pensamento
Mas em igual profundidade
Uma voz que diga a verdade
Mesmo que em mentira mascarada
Uma voz de silêncio médio

Quero para mim
Um pensamento de inconstâncias constantes
Que varie a cada instante
E se repita quando necessário
Quero um pensamento silencioso
Que me angustie de ansiedade
Por sua peculiaridade de variar a cada instante

Quero para mim
Alguma coisa que tenha um começo
Mas que mesmo em seu possível fim
Deixe indelével o sentimento de que
Nada acaba por aqui

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Filhos da Luz


Nascidos do sol poente

Banhados pela luz da noite escura

Brilhando para a vida que da morte nasce

Enquanto os anjos tocam as trombetas

E se abrem os portões do abismo

A bela face da serpente surge para embalar os seus filhos

Ao som de sua flauta, dormem

E sonham...

Sonham com o dia em que o dia será noite

Que a vida reinará sobre a morte

E a nova Lei se restaurará

Filhos da Luz ergam suas mãos aos céus e de lá apanhem as estrelas!

Bebam o seu brilho e esplendor!

Aprendam o seu poder de brilhar por conta própria!

E brilhem!

Ofusquem os olhos dos despreparados com a sua luminescência!

Tragam a Luz de volta à Terra!

Roubem-na da cortina estrelada do céu!

E façam do hoje a eternidade!

Abençoados pelos Deuses e Demônios!

Filhos do Sol e da Lua!

Nutridos pela Terra!

Batizados no Fogo sem fim!

Crianças da Luz!

Caminhem de mãos dadas e nada lhes será negado!

Não existe criatura na face da Terra, nem no abismo ou nos céus, que possa convosco!

Pois são Crianças da Luz numa Era de Trevas!

E de vocês é o conhecimento verdadeiro!


93! 1-7; 1-2; 3-25; 1-7; 3-2; 31-8; 6-1; 11-7; 11-8; 11-9 93.93/93

Até quando..?


Até quando seremos prisioneiros de nós mesmos? Deixamos de lado a nossa vontade, nossa real vontade, por medo das conseqüências da realização da mesma. Deixamos de fazer o que pensamos ser certo por nos preocuparmos com o que os outros vão pensar. Pode parecer contraditório, mas somos nossos próprios carcereiros numa prisão que nós mesmos criamos ao nosso redor. Às vezes nos damos a desculpa de que isso é normal e aceitamos como se realmente fosse. Acostumamo-nos com essa idéia e seguimos nossa vida, infelizes, pensando mais em como teria sido do que no como será o agora. Perdemos nosso tempo reinventando um passado impossível de ser mudado ou projetando um futuro que não será nosso porque nós mesmos sabotaremos o nosso projeto. Então o que fazer...? O que fazer para mudar isso? A única resposta que posso lhe dar é esta: viva sua vontade! Sua vontade, seu desejo, é o que de mais importante você precisa naquele momento. Não realizá-lo é o mesmo que ficar com fome, sentado a uma mesa repleta de comida, pensando no peso que irá adquirir caso coma essa comida.

Todos temos as ferramentas necessárias para realizar tudo o que queremos. Tudo que sua mente pode cogitar ela também pode conceber. Não limite sua mente e suas ações, deixe-as fluir como um rio, que contorna com suas águas o obstáculo à sua frente e por isso segue em frente, sempre chegando aonde quer.

Todos temos um caminho a seguir. Mas é necessário dar um primeiro passo... Surgirão incontáveis obstáculos colocados por você mesmo à sua frente, para tentá-lo impedir de dar esse passo. Mas a decisão é sua, sempre foi. O que você colocou para lhe impedir, você também tem força para tirar de lá. Comece a andar sem medo e o caminho calçará os seus pés para que os espinhos não o toquem e, naturalmente, o desviará de todas as armadilhas.

Isso é viver! E, se você ignorar isso, estará, novamente, se auto-sabotando.


sábado, 17 de janeiro de 2009

Eu...


Não falarei quando minha vontade me pedir para ficar em silêncio. Minhas palavras seriam vazias se assim o fizesse, eu já tentei.

Não omitirei, também, minhas palavras quando elas estiverem nutridas por minha vontade. Por que silêncio se minha vontade for gritar?

Não me preocupo com o tempo, ele é eterno. Estava aqui antes de mim, e depois que me for ele ainda continuará aqui. Não vou limitar-me a ele.

Não deixarei de viver minha vida por um segundo que seja. Eu sou transitório, mas ela continua além do tempo e do espaço. Ela ficará aqui, registrada na minha obra e nos que virão após mim. Ela continuará no ser que se nutrir do meu corpo morto e no que se nutrir do corpo e da obra desse ser.

Não me preocupo com o amanhã, só posso ocupar-me com o hoje, ele já me fornece ocupação suficiente para as suas 24 horas.

Não tenho vergonha de mudar de opinião constantemente, pois não me envergonho de pensar. Acredito que uma pessoa que não muda de opinião nunca, não mostra a força de suas convicções, mas sim a fraqueza de sua mente, como dizia um antigo pensador.

Não acredito na morte como um final e não a temo. Acredito em leis que regem o universo. E acredito que tudo está num processo cíclico, onde o principio e o fim se encontram e se tornam um, não sabendo mais se o começo é um fim, ou se o fim é apenas mais um começo; Como no Ouroborus, onde não se sabe se a cobra está se engolindo ou saindo de dentro de si.

Acredito na magia da vida, na beleza da simplicidade da obra do Criador.

Acredito na evolução da humanidade, ela tem potencial para isso. Vejo Criador como o Todo e cada ser como uma parte do mesmo, assim como uma célula é uma parte de um corpo e carrega em seu interior toda a informação genética desse corpo, dessa forma, todo ser carrega em seu interior o conhecimento divino.

Acredito no poder da mente. Ela transforma milhões de pulsos elétricos enviados por nossos captadores sensoriais no que nós entendemos por realidade, então ela também tem capacidade de modificá-la.

Acredito na existência de mundos e universos paralelos, eles estão em nossas mentes. “Cada homem é um universo”, já dizia outro pensador. Cada ser tem uma forma de enxergar o universo, moldando-o à forma das suas experiências nele.

Acredito estar seguindo o meu caminho, mesmo sem saber para onde vou... Mas deixarei para me ocupar disso quando chegar ao meu destino.

Enquanto isso não acontece...


Aproveito a viagem.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O silêncio...


O silêncio...

O silêncio é o som em potencial

É a palavra não dita

É o segredo não contado

É o vazio no espaço

Que dá lugar ao tudo


É o nada onde tudo está contido

É a não vibração

O não estado

É a coisa não coisa

Do algo no nada algum


É a chuva que acortina

Da montanha o semblante

É a boca que se fecha

No silêncio, um instante


É o grito mudo no escuro

Nas trevas do infinito

Na vontade, limitado

O dito pelo não dito


É a boca que se abre

Para os ouvidos que se fecham

É a voz que diz que fala

Mas que dos ouvidos não se escuta


É o vazio preenchido pelo nada

O nada que origina o tudo

É na música, a pausa

E no falante, o mudo


É a voz dos oprimidos

Dos pobres, dos inocentes

A voz que ecoa no caos

E nesse mundo é impotente


É a vontade suprimida

Na razão não-razão

Na tagarelice da consciência

É a voz do coração

domingo, 27 de abril de 2008

A Escada em Espiral


Andando pela estrada da vida, percebi o caminho por onde andava. Vi que os obstáculos que encontrei nessa jornada eram degraus e que o caminho, na verdade, era uma escada em espiral. Percebi com isso, que por mais que eu pareça estar andando em círculos, sem sair do lugar e que os degraus fiquem cada vez mais difíceis de subir devido o cansaço, a cada passo que dou estou cada vez mais alto. Olhei para baixo e não consegui enxergar a base da escada, estava muito escuro, mas consegui ver outros seres que também estavam subindo e outros que haviam desistido de subir. Porém o que mais me chamou atenção ao olhar para baixo foi ver a dedicação de alguns outros seres (estes iluminados por uma luz misteriosa, muito belas criaturas e que me transmitiram a mais profunda paz pelo simples fato de ter-lhes notado a presença) em ajudar e em tentar revigorar aqueles que haviam desistido de sua jornada. Esses seres não estavam tocando os degraus da escada, eles flutuavam em volta dela com belíssimas asas brancas, e notava-se, muito claramente, que vinham de um plano superior. Esses seres, pelo mérito de terem subido várias escadas muitas e muitas vezes, receberam essas asas. Ao notá-los, olhei e percebi que ao meu lado também existiam muitas dessas criaturas. Eram elas as vozes que me sussurravam aos ouvidos palavras de motivação nos momentos de aflição e dúvida, que me davam sermões quando eu caminhava de forma errada ou quando eu tentava pular um dos degraus da escada, foram elas que me levantaram todas as vezes que eu caí (Nossa! E quantas vezes eu caí...). Ao percebê-los ao meu lado senti-me seguro para caminhar e continuar a subir. Resolvi agora olhar para cima e, assim como quando olhei para baixo, não consegui enxergar o final, o topo, da escada. Ela era realmente muito alta e tinha a aparência de não possuir um fim. Prestando um pouco mais de atenção notei as pessoas e os seres que as acompanhavam nos degraus superiores, e ao olhar mais adiante, mais em direção ao topo, não consegui ver mais nada, apenas Luz. Recomecei minha caminhada. Alguns degraus acima, encontrei com uma pessoa que também estava subindo, mas que possuía alguns ferimentos causados por uma queda e precisava de auxilio para continuar. Ajudei-a e ela passou a caminhar junto a mim enquanto se recuperava. Notei que a subida ficava mais agradável quando feita em companhia de alguém, e os degraus ficavam cada vez menores. Quando ela se recuperou decidimos continuar a seguir juntos. Continuamos subindo. Passamos por muitas pessoas interessantes e portadoras de muito conhecimento. Encontramos também algumas que haviam estagnado, e que nem mesmo os seres de luz conseguiram revigorar.

Em certo momento da subida, a pessoa que me acompanhava na viagem disse que se corpo já estava cansado e que seu espírito precisava de Paz, e desistiu da viagem. De imediato os degraus pareceram ficar bem maiores do que realmente eram e meus passos pareciam muito difíceis de serem dados, mas não desisti da jornada e continuei. Alguns degraus acima, refletindo sobre os passos que dei e os degraus que subi, deparei-me com uma porta. Uma porta muito lustrosa e com figuras angelicais. Pensei: “Finalmente cheguei ao topo da escada”. Continuei a olhar a porta e tentei perceber todos os seus detalhes antes de abri-la. Foi aí que eu consegui ler a inscrição que nela havia. Estava escrito: “Sua Jornada Está Apenas Começando. Aqui começa uma nova escada, sua nova escada. Poderás descansar por um tempo antes de continuar a subir. Depois desta porta encontrarás degraus cada vez mais altos, porém estará cada vez mais perto da Luz”.

Ao terminar de ler, recuei minha mão que já estava na maçaneta da porta, pronta para abri-la. Precisava pensar se deveria ou não abrir a porta, se estava ou não capacitado para subir degraus mais altos. Olhei para mim e percebi que já não era mais o mesmo do início da subida, percebi também que com o constante exercício da subida dos degraus anteriores (menores), tinha capacitado-me para subir os maiores. Minhas pernas, antes fracas, agora estavam muito fortes, já possuía sabedoria suficiente para não cair nas armadilhas que apareciam, ou para tropeçar nos degraus e acabar caindo e tendo que subir tudo novamente. Cheguei à conclusão de que após o descanso, continuaria a caminhar na minha nova escada. Enchi o peito de ar e abri a porta. Tudo virou luz. Meu corpo adormeceu e quando acordei novamente, estava na base de uma escada imensa, em formato espiral e com o topo onde eu só conseguia enxergar Luz. Na base dessa escada tinha uma legenda.

Nela estava escrito: “INÍCIO”.

Dei o primeiro passo e comecei a subir novamente.


O Amor...



O Amor.

Como definir um sentimento tão confuso e contraditório?

Sentimento tal, sem sentido algum, mas que justifica e dá significado a existência de todas as outras coisas.

Uma força tão incomensuravelmente poderosa que, até mesmo em seu menor grau de manifestação, faz o mais racional dos seres esquecer completamente a razão e dar voz e ação ao seu espírito.

Força esta que nos faz sentir parte do universo; que serve como uma enorme rede de ligação entre tudo que existe, existiu ou por ventura venha a existir.

Que faz com que a pessoa amada se faça presente, quase que fisicamente, mesmo estando a milhares de quilômetros de distancia.

Incontestavelmente, o bem mais valioso que algum ser pode vir a possuir. Pois até o mais afortunado materialmente, sem o amor, nada possui em verdade. No entanto aquele que amor possui, a tudo tem.

Cristo dizia: Vou lhes mostrar a maneira mais simples de chegar ao Pai. Se vocês fizerem isto, poderão fazer milhares de outras coisas sem ofender a Deus.

Amor. O amor é a Lei. Se vocês amarem estarão cumprindo a Lei divina, mesmo que não estejam cientes disto.

Como a luz ao atravessar o prisma o amor foi dividido dessa forma, certa vez:

O Amor é paciente...

...é benigno...

...o amor não arde em ciúmes...

...não se ufana nem se ensoberbece...

O amor não se conduz inconvenientemente...

...não procura seus interesses...

...não se exaspera...

...não se ressente do mal...

...não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.”

Paciência. Bondade. Generosidade. Humildade. Delicadeza. Entrega. Tolerância. Inocência. Sinceridade.

O amor é o segredo da vida.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Pensamentos

"Comecei a escrever isto para ser a letra de uma música, mas ficou melhor desse jeito..."


Vejo-me num espelho sem reflexo

Enxergo a vida com os olhos fechados

Penso em coisas que não consigo imaginar

Como? Por quê?

No silencio da minha mente

Ouço gritos de agonia

Cercado pelo vazio e suando frio

Esperando um final incerto de um destino imutável

Perdi a única coisa que possuía

A cada segundo que passa o vazio que sinto consome-me por dentro.

Sinto-me incompleto

Uma busca incessante por algo que não sei o que é, nem onde está.

Esta é a minha loucura mais real

Uma corrida sem principio, nem fim.

Um ciclo perfeitamente imperfeito em todos os detalhes

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O verdadeiro céu?


Certo dia, sentado em um lugar qualquer, e prestando atenção no comportamento das pessoas: uma senhora andando bem devagar em volta de uma praça, crianças brincando no parque e dois senhores conversando. Um desses dois senhores, o que aparentava idade mais avançada, contava coisas que haviam acontecido com ele para o outro senhor. Eles estavam debatendo sobre religião. E em certo ponto da conversa ele perguntou: “Quem aqui pode me dizer quem é o dono da verdade?” “Quem aqui é capaz de definir o que é, verdadeiramente, certo ou errado?”. Esses questionamentos me levaram a refletir sobre algumas coisas.
Como, com tantas pessoas diferentes e tantas formas diferentes de pensar, pode alguém se julgar "o único portador da verdade"?
Como as instituições de cunho religioso se acham no direito de professarem como se elas fossem a única forma de chegar à “Luz” e reconhecendo apenas a si como detentoras do conhecimento divino e suas representantes, excluindo e menosprezando as outras apenas por suas diferenças?
É aí que está: ao invés de buscarmos compreender os pontos que temos em comum, para chegarmos ao menos perto de ter uma idéia do verdadeiro milagre da divinação e da identidade de Deus, nos prendemos aos pensamentos mesquinhos e preconceituosos, que nos fazem olhar para as diferenças, para as coisas que julgamos serem inferiores às nossas. Aí nos colocamos no topo de um pilar de soberba e nos rotulamos de “corretos”.

"Vou tentar reproduzir, com minhas palavras, um conto que li em um livro (no momento não lembro qual)."

“Uma pessoa tinha um pequeno espelho especial. Esse espelho mostrava a quem olhava nele, uma pequena parte do céu. Certo dia esse espelho caiu no chão e quebrou, partindo-se em milhões de pedaços. O dono do espelho, sem saber o que fazer com os cacos, decidiu distribuir seus pedaços para todas as pessoas que encontrasse, afinal, um espelho tão especial não poderia ser jogado fora como lixo, e as pessoas mereciam conhecer o céu também, mesmo que apenas uma parte pequena. Assim ele o fez: distribuiu para todas as pessoas que encontrou. Aconteceu que todas as pessoas no mundo tinham agora um pedacinho do espelho que mostrava o céu, mostrando uma pequena parte diferente dele em cada um. O benfeitor, que havia distribuído os pedaços, ficou muito feliz porque havia compartilhado a coisa de mais preciosa que possuía.
Mas aconteceu que uma pessoa começou a achar que só o seu espelho era capaz de mostrar o céu verdadeiro, pois a parte do céu que estava refletindo no seu pedaço era diferente da de todas as outras. E nisso iniciou-se uma “reação em cadeia”, e todos estavam convictos de que apenas o seu espelho era capaz de refletir o céu. E tudo virou caos.”


Cabe a você agora “olhar” para cima e ao redor, e olhar também para dentro de si, e descobrir que o céu é muito maior que a parte que o pequeno pedaço do espelho que carrega com você pode lhe mostrar. E que mesmo que todos juntassem os cacos que possuem, apenas conseguiriam refletir uma pequena parte desse céu.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O Caminho


"Não sei o porquê, mas me senti inspirado a escrever este texto. As palavras foram fluindo e como não acredito muito no acaso, espero que essas palavras cumpram sua missão..."


Caminhe em direção a luz. Mas caminhe de cabeça baixa e com os olhos voltados para o chão. Apenas desta forma conseguirás chegar a ela. Pois se assim não o fizer, sua visão será ofuscada por seu brilho e ficarás cego, desviar-se-á do seu caminho e tombarás, pois não mais enxergará onde pisas e nem o que tens em volta.

Cuida para que teu silêncio seja mais compreensível que tuas palavras. Dessa forma aprenderás a linguagem de todas as coisas e conversará com os anjos e com os demônios, com o vento, com os animais e com as plantas. Comunicar-se-á através da linguagem divina. A única capaz de traduzir um sentimento.

Cuida do teu corpo, pois ele é o transporte e a forma de manifestação do teu espírito neste plano. Cuida-o, mas sem vaidade. Pois o que deste plano é, neste plano permanecerá.

Aprende o máximo que puder, sobre as mais diversas coisas. Mas aprenda principalmente sobre ti. A verdade suprema encontra-se no interior de cada homem.

Entenda que também é parte da criação. E que, como parte da mesma, carrega em sí uma centelha da força divina; do criador. E, sabendo disso, conseguirá operar milagres.

Aprenderá que, para mudar o mundo à sua volta, basta apenas mudar a você mesmo. E que é perfeitamente normal duas pessoas olharem para a mesma coisa e a verem de formas completamente distintas.

Observa tuas ações e teus ócios em cada situação. Faz de tua vida um laboratório e de tí o objeto de estudo. Apare as arestas indesejadas e torne planas as tuas superfícies. Sê-te arte.

Arrisque-se. Irradie a vida. Defina metas e trajetos, mas não se prenda à rotina.

Renasça quantas vezes for necessário. Mas nunca esqueças quem és.

Respeite os mais velhos, mas saiba também que a sabedoria não vem como conseqüência inata da idade avançada. E que, como seres humanos, estamos todos sujeitos a erros.

Comunique-se com desconhecidos. Às vezes é da boca de um estranho que saem as palavras que você está precisando escutar.

Olhe-se no espelho antes de comentar sobre alguém. "Quando apontas um dedo para alguém, volta três para si."

Queira alguma coisa, não importa o que seja, mas queira com vontade.

Sorria! Seja feliz ao lado da pessoa que ama. E se esse amor não for correspondido, seja feliz por amar.

Viva o amor, distribua amor, seja amor. Atrairás aquilo que transmitires.

Nunca crie remorso por algo que fez ou deixou de fazer. Preocupe-se com o agora. O agora é o único lugar no tempo onde você é capaz de realizar ações. O resto é conseqüência.

Das coisas ruins que acontecerem, tire sempre uma lição.

Seja paciente, mas não passivo.

Não julgue. Nenhuma verdade é inteiramente verdadeira, da mesma forma que nada é totalmente falso.

Faz de ti o dono de tua própria vida.